segunda-feira, 16 de junho de 2014

20140616 Pensamento Espírita

Pensamento Espírita


Existe um pensamento espírita totalmente distinto dos outros pensares?


Há uma identidade espírita claramente delineada?


Duas perguntas feitas pela caminhada de retorno da casa de minhas irmãs nesta manhã. Há que pensar algo sobre isso.


Na leitura de Kardec, de seu pitbull Herculano Pires, Deolindo Amorim e dos nossos santistas Jací e José Rodrigues nos vem a certeza que sim. Outros tantos nomes cabem na relação formando um todo coeso se olharmos o Brasil e o Mundo.


Se assim é, por que motivo a disciplina espírita não se firma no conexto da cultura ocidental como um marco relevante?


Será a força econômica dos seus adversários?


Será que seus conceitos são desinteressantes a um mundo onde vigora o materialismo, a competição, a violência, e outra série de elementos capazes de prender o homem no seu aqui e agora tão somente?


Será que por lidar com naturalidade com o fantasma da morte e com seres já desvinculados da matéria, isso assusta as pessoas de forma geral?


É entristecedor ver o idealismo de Kardec em suas obras, sua certeza no papel do espiritismo na regeneração da humanidade, e chegarmos a um ponto em que nem os frequentadores das instituições espíritas se dão conta  do legado que tem, nas mãos.


Um legado onde ressalta sua razoabilidade, seu apelo ao bom senso. A beleza mesmo de todo seu corpo doutrinário e apenas uma estreita parcela se apercebe de tal valor.


Não penso em proselitismo, em caçar adeptos pelas ruas, em nada dessas coisas até certo ponto ridículas.


Proponho apenas que as Casas Espíritas sejam núcleos culturais espíritas. Onde as obras da atualidade, inclusive de nossos antagonistas, possam ser estudadas e confrontadas com tudo aprendido e apreendido por nós.


Nosso confronto com tantas outras formas de pensar há de nos ajudar a estabelecer uma identidade espírita.


Composta de poucos itens muito provavelmente. Mas capazes de fincar nossos pés no âmbito da cultura, demarcando claramente nosso antagonismo ao CatoEspiritismo vigente na maioria das Casas Espíritas.


Uma identidade capaz de ajudar o espírito em sua tomada de consciência de sua vida e sua existência. Distinguindo cada um desses dois conceitos e tomando-os como elementos libertadores da materialidade que o envolve. Dando-lhe o equilíbrio de manter os pés no mundo em que vive; mas com a capacidade de vislumbrar
outras alternativas vivenciais, usando o instrumental do tempo de modo a conseguir uma "vida produtiva" ou "orientação produtiva" tal qual propoe Erich Fromm em suas obras. Do livro "Psicanálise da Sociedade Contemporânea" temos acerca da Orientação Produtiva:



El amor es un aspecto de lo que he llamado orientación productiva: la relación activa y creadora del hombre con su prójimo, consigo mismo y con la naturaleza.


En la esfera del pensamiento, esta orientación productiva se manifiesta en la comprensión adecuada del mundo por la razón.


En la esfera de la acción, la orientación productiva se manifiesta en el trabajo productivo, cuyos prototipos son el arte y los oficios.


En la esfera del sentimento, la orientación productiva se expresa en el amor, que es el sentimiento de la unión con otra persona, con todos los hombres y con la naturaleza, a condición de que uno conserve la sensación de integridad e independencia. En el sentimiento del amor se da la paradoja de que dos personas se funden en una y siguen siendo dos, al mismo tiempo.



Não creio que eu conseguisse me expressar de forma melhor quanto ao equilíbrio necessário para avançar para uma outra perspectiva vivencial.


Isto pode não ser tudo mas é algo para nossa reflexão.


Paulo Cesar Fernandes

16 06 2014





Nenhum comentário: