terça-feira, 4 de junho de 2013

20130604 Filipenses do presente tempo

"Irmãos, quanto a mim, não julgo que haja alcançado a perfeição, mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, avanço para as que se encontram diante de mim,"
Paulo aos Filipenses  3:13 e 14



Atire a primeira pedra, quem não tiver em seu passado alguma coisa, pequena ou grande para lamentar. Uma palavra grosseira. Uma incompreensão nossa para com alguém, ou de alguém para conosco. Acho improvável que ninguém o tenha. Mas vamos ficar chorando o leite derramado?


Nem a pau! O negócio é seguir adiante. Ainda mais sabendo ter pela frente um tempo infinito para fazer e refazer nossa jornada.


Cada manhã o bem-te-vi canta diferente no quintal de minha casa. Afinal é um novo dia. Ele vem com um canto igual. É o mesmo cantar: "Bem Te Vi". Mas é diferente. Diferente o pássaro, ou diferente o canto, caso seja o mesmo passaro. De ontem para hoje esse pássaro algo mudou. De ontem para hoje mudei eu. O
vento pode ter alterado a posição da antena de TV onde ele se empoleira. Tudo sempre muda. Sempre muda.


Cada vez que entrava no Rio Coxipó em Cuiabá era uma coisa diferente. Temperatura da água, do dia, as companhias, a solidão, o trecho do rio selecionado, transparência da água, tudo se alterava sempre. E isso é uma mágica da vida. Esse eterno transformar.


"Nada será como antes amanhã." diz Milton Nascimento com toda maestria.


Passado? Passou.


Futuro? Começa depois desse ponto. E recomeça sempre, aberto a tudo sempre. Generoso sempre.


Quem mergulha no passado, e nele fica nadando, acaba perdendo o belo trem da história, a ser construida a partir de agora.


Quando Paulo de Tarso manda os Filipenses olharem para frente e tocarem o barco, tá mais que certo. Todos os povos devem seguir adiante. Muito embora guardem a memória dos fatos ocorridos no passado. Nunca o passado deve ser uma prisão, quer se trate de um povo, uma nação; quer se trate de uma pessoa, uma individualidade.


Se sofrimento ocorreu a um povo, guardemos a certeza da superação desse sofrimento. Lembro aqui a luta dos negros norte-americanos pelos direitos civis em seu país. Pete Seeger fez uma musica que lhes acabou servindo de hino: "We shall overcome!" (Venceremos!). E ainda hoje é cantada em todos os movimentos de Libertação de povos e minorias etnicas principalmente. Outros movimentos acabam criando outros hinos.


Pensemos num povo, pensemos numa individualidade, todos temos o direito de olhar o mundo com esperança. Positividade.


Afinal de contas, quem disse que não somos os Filipenses da atualidade?


Paulo Cesar Fernandes

04  06  2013

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