quinta-feira, 9 de maio de 2013

20130509 Reversão de ótica

"E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra"

Paulo aos TESSALONICENSES, 5:13, sua primeira epístola a este povo.



Muitas pessoas gostariam que todos pensassem por sua cabeça.

Certo?


Errado.


É na riqueza da diversidade que angariamos visões mais amplas da existência.


Na Revolução Popular Sandinista, nenhum dos adversários foi eliminado. O próprio pensamento de Sandino, um espiritualista, previa a multiplicidade de visões como algo positivo.


Essa capacidade de acatar o pensamento diferenciado do outro, é uma construção feita de pequenos avanços. Muitas vezes de grandes e continuados esforços.


Ninguém me contou, ter aberto a janela pela manhã, e encontrado tudo renovado em sua forma de pensar. Acordei outro! Completamente diferente dos dias e meses anteriores. Não mesmo.


Na natureza nada dá saltos. Diz o ditado popular.


Muito mais difícil é, quando se está tratando da  natureza humana. Somos estruturas lentas e pesadas nos processos de mudança. Podemos fazer uma comparação às empresas de grande porte, com grande número de níveis hierárquicos. Até uma ordem chegar da Reunião de Diretoria ao chão da fábrica, um vasto tempo
passou. E o concorrente abocanhou nova fatia do seu mercado.


Mas nossa lentidão é apenas nossa. Não estamos em competição com ninguém, se estivermos em equilíbrio.


"Vitorioso é o que vence a si mesmo." disse Gandhi com muito acerto.



Eu reverto aqui a ótica da afirmação de Paulo.


Quero que saiamos da posição de observadores, de juízes, e nos translademos para o lugar de objeto da observação. Embora ninguém nos observe verdadeiramente. Somos livres!


E, por outro lado, não nos cabe julgar a ninguém. Cada qual cuide de seu processo de crescimento: ético, afetivo, intelectual, e de aceitação dos semelhantes.


Ninguém caminha por mim, e nem seria justo. Cada passo meu há de ser um mérito meu, e só meu.


Esse é um egoísmo salutar. Salutar, pois nos arroja a novos patamares de espiritualidade. Nos capacita a ver o mundo talvez de uma maneira mais doce, mais suave, até com certa sensibilidade artística.


A benevolência estará marcando nossa mirada. E haverá carinho em nossas palavras e atos. Pois palavras e atos são faces de uma mesma moeda.


Mas o Bem por nós executado venha da sinceridade do coração; nunca tendo em mente estar em comparação com outrem.


Nosso único parâmetro é nosso passado; o transcurso do tempo, e a leitura feita de nossas novas atitudes comparativamente com as antigas.


Somos espíritos se deslocando no tempo. Temos fases diferenciadas na forma de pensar e de agir. É da dinâmica da vida.


Mas, cada fase deve ter em si algo mais. Novos elementos agregados. Acúmulo de novas ideias, de novas formas de sentir, de agir.


Possamos olhar para trás e ver nossas pegadas do passado. E na comparação com as do presente sentir alegria na alma.


Perceber diferença qualitativa em nós.


No verdadeiramente importante: nossa capacidade de amar.


Um amor verdadeiro, sincero, na plenitude da alma.


Assim há de ser para todos nós!


Paulo Cesar Fernandes

09  05  2013

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