domingo, 7 de abril de 2013

A mesa de Pateco

Amigos.

Me dá prazer ver as afirmações do Livro dos Médiuns de Allan Kardec.

Venho de alguns anos valorizando a visão dos músicos primeiramente, e secundariamente dos filósofos e artistas de maneira geral.

Me é impossível acreditar quie um Reinhard Mey da Alemanha; um Luis Vieira do Brasil; um Peteco Carabajal da Argentina não tenham em si uma visão superior da existência. O trabalho, a obra de cada um desses personagens nos mostra uma visão positiva e grandiosa da vida.

Quando Mey nos fala que "ama mais e mais a sua mulher", pois é ela quem sabe lidar com as adversidades da vida.

Quando Luis Vieira declina sua fé na vida por andar com Jesus no coração. Ou ainda quando Peteco da encomenda de uma mesa faz toda uma alusão a uma forma de viver como vemos a seguir, não digo necessáriamente que tenham espíritos os inspirando. Digo sim, que são espiritos inspirados pela vida. É diferente.

Pela vida que levam, pelos pensamentos que agasalham no mais profundo de si.

Vejamos a canção de Peteco a título de exemplo:


La mesa - Peteco Carabajal
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Quiero una mesa de cedro hermano
Hermano carpintero
a donde coman mis hijos, hermano
el pan bendito y eterno.


O puede ser de algarrobo, hermano
o de madera de sueños
Para que sueñen mis hijos, hermano
en largas noches de invierno.


yo quisiera que en mi mesa
nadie se sienta extranjero
que sea la mesa de todos
territorio del encuentro.


Que sea mesa de domingo
mesa vestida de fiesta
donde canten mis amigos
esperanzas y tristezas.

Quiero una mesa bien fuerte, hermano
hermano carpintero
mesa de casa paterna, hermano
de esas que aguantan el tiempo.


Mesa de quedarse solo, hermano
y de llorar en silencio
de olvidar ingratitudes, hermano
y soñar en el regreso.
 



Madeira de sonhos. Para que sonhem meus filhos, nas largas noites de inverno.
Que seja uma mesa de encontro, que ninguém se sinta estranho.
Uma mesa vestida de festa onde cantem meus amigos esperanças e tristezas.


A questão que agora mesmo se me coloca é:
De que carpinteiro ele está falando?
Do carpinteiro de Santiago del Estero, ou de um outro que por aqui andou milenios atrás?


Vejamos lá o que tem Kardec sobre isso:

Dos Médiuns escreventes ou psicógrafos.

183. Os homens de gênio, de todas as espécies, artistas, sábios, literatos, são sem dúvida Espíritos adiantados, capazes de compreender por si mesmos e de conceber grandes coisas. Ora, precisamente porque os julgam capazes, é que os Espíritos, quando querem executar certos trabalhos, lhes sugerem as idéias necessárias e assim é que eles, as mais das vezes, são médiuns sem o saberem. Têm, no entanto, vaga intuição de uma assistência estranha, visto que todo aquele que apela para a inspiração, mais não faz do que uma evocação. Se não esperasse ser atendido, por que exclamaria, tão freqüentemente: meu bom gênio, vem em
meu auxílio?


As respostas seguintes confirmam esta asserção:


a) Qual a causa primária da inspiração?

"O Espírito que se comunica pelo pensamento."


b) A revelação das grandes coisas não é que constitui o objeto único da inspiração?
"Não, a inspiração se verifica, muitas vezes, com relação às mais comuns circunstâncias da vida. Por exemplo, queres ir a alguma parte: uma voz secreta te diz que não o faças, porque correrás perigo; ou, então, te diz que faças uma coisa em que não pensavas. É a inspiração. Poucas pessoas há que não tenham sido mais
ou menos inspiradas em certos momentos."


c) Um autor, um pintor, um músico, por exemplo, poderiam, nos momentos de inspiração, ser considerados médiuns?

"Sim, porquanto, nesses momentos, a alma se lhes torna mais livre e como que desprendida da matéria; recobra uma parte das suas faculdades de Espírito e recebe mais facilmente as comunicações dos outros Espíritos que a inspiram."

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Para mim parece que basta.

Cada qual que tire suas conclusões. Não penso em incutir idéias em ninguém.

Lanço sementes apenas.


Paulo Cesar Fernandes

07  04  2013

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