quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Reflexão 14 11 2012 - Renovação

Renovação

A vida é constante renovação.


Penso no mar, a se debater nas pedras dos costados do litoral.


Brava e insistentemente bate e rebate, num processo de constante purificação da água. Higienização da natureza em si mesma. Não pensamos nisso, quando vemos a beleza das águas a subir, e derramar sua espuma sobre as rochas, mas ali está um processo em andamento, um processo necessário de melhora das condições naturais.


O mar, na praia, é um constante vai e vem das ondas, sempre a transportar microorganismos com função específica na manutenção da vida.


Para nossos olhos, tudo é apenas um processo de beleza, mas diante da lei Natural que comanda a vida, desde os seres menores aos universos em expansão há um encadeamento lógico e útil em tudo.


Por trás das coisas que nossos olhos avistam, existem funções e atividades que não nos damos conta; sequer cogitamos.


Assim é a vida material. Carrega em seu seio uma série de fatos, incapazes de serem percebidos por nosso olhar, mas cuja grandeza dá sustentação ao nosso planeta.


Volto o pensamento aos olhos tristes que vejo nas ruas, às pessoas de cabeça baixa, incapazes de ver quem cruza seu caminho.


O emaranhado de idéias é tão intenso que mesmo o canto de um pássaro lhes passa despercebido.


O cão passante abanando o rabo não o toca. Vive seu mundo interior.


E sofre. Sofre muito.


Se deixa fixar no emaranhado mental e, de certa forma dele se apraz.


Tem prazer nessa forma específica do não-viver. Seu corpo tem vida, mas sua alma está morta.


Morta de conceitos, morta de sonhos, morta de ambições, morta de possibilidades de mobilização.


Nada existe ao seu redor, apenas sua dor. Apenas seu problema, sua aflição.


Mas a dor. A dor é exatamente a água que chega, pretendendo renovar o lodaçal dos pensamentos. Vem movimentar as águas paradas e putrefatas de muito paralizadoras da alma. Uma alma enceguecida e voltada para dentro, para si mesmo, egoisticamente.


Abrir. Sair de si e partir ao encontro do mundo.


Tecer o movimento do mar, se renovando a cada minuto. Alçar voos de fraternidade é um bom começo.


O outro é meu grande espelho. É ele quem me dá a identidade, é ele o grande instigador do meu progresso.


Me agride e aprendo a não revidar. Me difama e consigo seguir calado. Faz coisas para engendrar a revolta em meu coração e pacificamente paro, orando em seu reequilíbrio.


É tudo? Não, longe está de ser tudo, mas já é um começo, um importante começo para mobilizar energias, renovar atitudes, revolucionar pensamentos.


Ações capazes de se refletir no olhar, na percepção da vida, do sentir ao nosso redor.


Se o mar em seu movimento garante a existência de microorganismos de sustentação de seres maiores; nós, numa nova dinâmica mental, seremos capazes de movimentar organismos de felicidade, a se espraiar ao nosso redor; garantindo a paz e a serenidade.


Assim como o mar estaremos a serviço da vida, mas da vida espiritual de nossos semelhantes. Nossos companheiros de jornada neste nosso conflitivo planeta.


Aplacaremos a dor, e estaremos a serviço do Bem a brotar em cada coração da opressão aliviado.


Sempre em favor da vida, e do amor unindo a Humanidade!



Paulo Cesar Fernandes


14  11  2012


P.S.:

Este texto é em homenagem a meu cunhado, Milton Carlos Larocca, que hoje estaria aniversariando.
Onde quer se encontre seu espirito, receba todo o carinho de todos os seus familiares a quem tanto amou e se dedicou.
Nossa mais profunda gratidão a ti meu irmão querido.

Paz em teu coração!

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