quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Reflexão 27 09 2012 - A sua hora e a sua vez

"Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a."
                                                                       Pedro

Ou São Pedro, ou Pedro o apóstolo. Enfim ele, o pescador da Galiléia.

Quando li essa observação, de imediato lembrei das palavras muito usadas pelo Jaci Régis:
"Não basta não fazer o mal, é necessário fazer o bem."

E foi exatamente desta passagem que Jaci buscou a inspiração para sua formulação. No que estava muito certo, assim se processam todas as construções no âmbito intelectual. Idéia chama idéia, idéia se vincula com idéia.

Quando eu frequentava o CEAK nas quartas-feiras, quantas vezes não cheguei em casa com anotações capazes de se transformar em um artigo, em um poema, em alguma coisa de útil a quem o lesse? É da dinâmica do espirito esse desdobramento e interação entre idéias.

Voltando às palavras do apóstolo.

Apartarnos do mal, se abre em amplo leque de possibilidades: o mal que trazemos de encarnações passadas; os vícios ainda presentes em nós; os ambientes viciosos bem como tais companhias; os locais onde campeia o ódio e a competição; os locais que estimulem a vaidade e o personalismo; etc.

O bom leitor, bem saberá acrescentar tudo aquilo representativo do mal para si. Desse tipo de coisa devemos nos manter afastados, para bem da nossa saúde psiquica/espiritual e mesmo física.

Afinal, pensando um pouco mais chegaremos à seguinte conclusão: o Mal faz mal; e o Bem faz bem.

A partir disso definiremos nossa existência. Como em tudo, será uma questão de escolha. Para isso contamos com a mais Plena Liberdade. Essa Liberdade construtora. Capaz de nos elevar aos píncaros da criatividade; capaz de revolver de forma profunda a nossa emotividade; capaz de nos permitir tecer escolhas difíceis, e no transcurso do tempo perceber terem sido as mais corretas, pois trouxeram junto de si a Felicidade e a Paz.

Um amigo, de nome Rafael, me disse um dia: "O equilibrio, uma vez encontrado, não deve ser abandonado." Sigo tal preceito à risca nos meus dias. E muito tenho agradecido ao Rafael, e a tantos outros amigos e amigas, componentes desse universo de tranquilidade que hoje habita meu Lar.

Algumas decisões são muito difíceis de tomar. passam-se anos de dúvidas, de indecisões, de dor e de lágrimas mesmo. Realmente lágrimas. Mas chega o momento em que é necessário por um fim a tudo isto. E é como cortar na própria carne, sangra um tanto, mas se abre a sensação de liberdade e de prazer, trazido pelo novo momento. Uma rajada de brisa renovadora atravessa nossos pensamentos. Percebemos que a Paz sempre esteve ali, ao alcançe de nossas mãos, e por sentimentalismo não rompíamos laços deletérios para nosso viver.

Mas "Tudo tem a sua hora e a sua vez" parafraseando Augusto Matraga do conto de João Guimarães Rosa. Enfim ocorre o click e a Paz paulatinamente se impoe à nossa vida como uma dádiva.

Momentos de dor, de perplexidade, de raiva trazidos pelas situações da existência ainda podem ocorrer, mas vão se tornando cada vez mais raros, mais e mais raros, e por certo tendentes a zero.

Não quero a Paz Perpétua, pelo menos por agora.
Se de um lado não tenho medo pela certeza da imortalidade do espirito; por outro lado não tenho a menor pressa, mas não mesmo. Logo agora seria uma baita traição da Vida. Essa que eu quero e a quero em abundância.

Eu quero sim, vivenciar os momentos de Paz, cada um deles, saboreando-os minuto a minuto, segundo a segundo.

Paulo Cesar Fernandes

27/09/2012

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