segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Espiritualidade

Espiritualidade é tudo aquilo que nos distancia da corporeidade. De ter no corpo uma prisão. Corpo é instrumental de manifestação. Tratá-lo. Cuidá-lo. Nada mais é que obrigação, na medida em que nos permite melhor manifestação de nossas idéias, ideais e convicções.

Quem não tem convicções não é. Quem tem muitas convicções acaba não tendo nenhuma.
Buda propalava o caminho do meio como o melhor.
Assim é nesse aspecto. Venho tentando melhor usar o corpo, pois a idade assim o solicita. Mas quero seguir focando a espiritualidade. Aprender a perdoar, a ponto de esquecer todos os males que as pessoas me tenham feito. O dia em que todos esses fatos estiverem mortos em minha memória eu serei mais feliz ainda. Terei galgado mais um degrau da liberdade.

_ Mas eles ainda te odeiam e prejudicam. - dirá alguém.
Apesar de saber da veracidade do fato. Responderei sereno:
_ Não é possível, isso é coisa de passado muito remoto.

E será assim. Não me lembro das brigas de rua que tive na infância e adolescência.
Eu acredito que tive, como todo moleque. Mas cadê?
Assim precisa ser para que possa cultivar a espiritualidade; que para mim significa estar voltado aos aspectos do conhecimento e das artes. Dois aspectos importantes de minha vida, vindo logo abaixo da minha familia.
Um texto que leia ou escreva. Uma música que ouça, ou traduza de algum outro idioma. A preocupação com a FOME que assola o mundo, também é espiritualidade na medida em que me retira do egoísmo, arrojando meu sentir na direção do meu semelhante, seja ele quem for, fale ele a lingua que falar. É
humano, é meu semelhante.

Acho que estes são alguns dos aspectos da espiritualidade que busco. E que tenho lutado para nela me manter. Pois dela recebi muito de bom. Um certo montante da felicidade que hoje desfruto, tem aí a sua origem.

Sei que não é tudo, mas é muito mais que sonhava obter nesta etapa de minha existência terrestre.
Ser livre de todas as crenças: Deus; Estado; Partidos Políticos; Instituições Religiosas em todas as suas vertentes e dissidências; das obrigações que a nós mesmos nos impomos, o famoso "Tenho que..."; etc

Tudo isso fez parte de minha infância mental/espiritual. Nada disso tem mais valor.
Novos valores vão aparecendo, e se incorporando ao processo existencial, o que é bemvindo e salutar.
Seria de estranhar se mantivesse a mesma forma de pensar dos tenros anos da juventude.

Um outro Paulo disse: "Quando era criança pensava como criança..."
"Asi es la cosa!" - como dizem meus amigos nicaraguenses e salvadorenhos.
Em prol da Vida, e da Liberdade em vida!

Paulo Cesar Fernandes - 16/01/2012

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