quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

20180104 A pensar (Fundamentalismo

Fundamentalismo.


Tá em moda descer a lenha no Islamismo.


Mas me cite uma concepção nãoFundamentalista.


Leandro Karnal, um historiador respeitável falava sobre o tema. E propunha isso. O mundo é fundamentalmente Fundamentalista.


Quem quiser saber do passado sugiro um antigo e belo livro do Professor Herculano Pires "O espirito e o tempo" que agora revisito.


Todas as concepções, do passado ao presente são fundamentalistas.

Não disse Herculano, digo-o eu. Percorra o livro em sua trajetória luminosa no tempo e veja por si mesmo.


Mesmo Kardec e Herculano no seu CatoEspiritismo nada mais são que Fundamentalistas espiritas. A solução de toda a panaceia da humanidade se encontra totalmente resolvida no espiritismo, segundo eles. Isso é puro Fundamentalismo.


Faz-me rir tudo isso.
Basta ver os rachas e os ódios no seio do Movimento Espírita.
O quanto sofreram José Rodrigues; Egydio e Jaci diante das agressões descabidas de fundamento.



Não vale a pena se ocupar de Fundamentalistas de qualquer vertente.


Piquei a mula de tudo.
Fiz meu foco nas novas percepções filosófico-sociológicas do mundo e seus porta vozes.



Desde 2007 venho me dedicando com empenho à compreensão do mundo atual. Passei por um rol de livros; um rol de vídeos; um rol de autores contraditórios entre si. Cansativo e proveitoso.



Sou menos cru que em 2007, mas não me vejo de volta aos velhos autores luminares de minha caminhada.
Passado passou.



Tudo tem seu tempo e meu tempo agora tem seu foco em Kant; Hegel e nos artigos da "Revista ou Cadernos de
Filosofia Alemã" publicada pela USP.
Os artigos são foco de luz sobre o idealismo alemão. E algo mais.


A partir disto. De Leandro Karnal e Clóvis de Barros Filho vou fazendo minhas reflexões.


José Pablo Feinmann meu professor argentino me dá outros autores, e com respeito abstraio o seu radicalismo, seus preconceitos fortes. Filtro tudo para poder compreende-lo.

Ironicamente. Ele fala do Fundamentalismo para atacar os EEUU. E não é esse o caminho. Pois isso é um Fundamentalismo
também. Ser Anti-Yankee é ser fundamentalista.
Me parece não haver escapatória.


Olhando o passado.
As lutas entre as tribos da Judéia já eram fundamentalistas; as Cruzadas; a incineração de Giordano Bruno VIVO em 1600, pela Igreja Católica; a heroína Joana D'Arc; na Irlanda a luta entre Católicos e Protestantes; as lutas e rachas no seio dos adeptos da Reforma.




Gosto muito da cantora e intelectual Patti Smith quando diz que "Everubody wants to rule the world" numa de suas canções. A luta dela é a da Libertação dos Espíritos Sectários.


Na minha visão de hoje. A única forma de romper maduramente com todos os Fundamentalismos é matar todas as possíveis verdades ou VERDADES que venham tentar nos impor.


Tudo isso é LIXO, o mais puro lixo, pois tem sua origem fora de nossa RATIO.


São muitos os homens do pensamento a nos fornecer elementos. Mesmo eles sendo Fundamentalistas em suas doutrinas, façamos nós a filtragem e recolhamos as pepitas de ouro de cada um.


E não sou eu o modelo intelectual para ninguém; nem posso servir de roteiro de forma alguma. Estou como Dylan.

Disse Bob Dylan com muito sarcasmo e acerto: "Não me sigam; eu também estou perdido.".


Na "Terra Dois" proposta pelo psicanalista santista Jorge Forbes, apresentada na TV Cultura, o nosso tempo é escavado cada semana tendo um tema como focal. Vale a pena pensar com eles.



Cada qual construa a sua trajetória.

Até porque não me vejo como ponto de referência; uma vez estar em processo de formação e constante mudança a cada período.
Eu mudo de foco em poucos meses; encontro novos luminosos e vou com eles por algum tempo, e depois os abandono como pedem nossos tempos de Modernidade Avançada.



É muito louco. Mas até na denominação do Nosso Tempo encontramos os Fundamentalistas e seus seguidores.



Na ruptura com o Euro centrismo tão massacrante de tudo fora da Europa temos nomes valiosos: Enrique Dussel; Nestor Garcia Canclini; e outros pensadores latinos, principalmente da UNAM (Universidade Nacional Autônoma do México). São eles os focos desta minha semana.


Na Modernidade Líquida, os laços, sejam afetivos ou intelectuais são tênues, muito tênues; novas realidades se apresentam a cada momento; principalmente nas revistas científicas dedicadas à Nossa
Produção Intelectual Latino-americana.



É preciso estar atento a tudo, ser multitarefa neste nosso rico tempo.


Cuidemos apenas de nos afastar dos grupos plenos de verdades. De ortodoxias. Em geral são grupos fechados em si mesmos e doentios.


Abrir as asas e alçar voo solo, é um dos requisitos do presente. Do pleno voo podemos vislumbrar algo interessante e pousar, mas por pouco tempo, novas oportunidades podemos perder se nos ativermos longamente em algo. a não permanência é um dos atributos do Agora.


Sempre batendo asas na procura das novidades; da criatividade; e das amplas possibilidades do tempo presente.

Mais que nunca possibilidades.


Paulo Cesar Fernandes.

04/01/2018.

Nenhum comentário: