OBRAS COMPLETAS DE C. G. JUNG
VIl/1
Psicologia do Inconsciente
Um livro de especial interesse para os
profissionais em
Psicologia e para os leigos que apreciam estudos dessa natureza.
No decorrer dos anos foram feitas diversas novas edições, submetidas a um
contínuo processo de aperfeiçoamento e desenvolvimento, pelo próprio autor.
Sua intenção é simplesmente dar alguma orientação sobre as mais recentes
interpretações da essência da psicologia do inconsciente.
Por considerar o
problema do inconsciente de extrema importância e utilidade e por saber que diz respeito intimamente a todos e a cada um de nós, julgou oportuno colocá-lo ao alcance do público leigo e culto.
Este estudo surgiu durante a guerra mundial e
deve sua existência principalmente à repercussão psicológica dessa grande conflagração.
A guerra terminou, mas os grandes problemas psíquicos levantados
por ela continuam preocupando a sensibilidade dos que pensam e pesquisam.
O
autoconhecimento de cada indivíduo, a volta do ser humano às suas origens, ao
seu próprio ser e à sua verdade individual e social, eis o começo da cura da
cegueira que domina o mundo de hoje.
O interesse pelo problema da alma humana
é um sintoma, segundo o autor do livro, dessa volta instintiva a si mesmo.
As informações contidas neste livro não
pretendem abranger a totalidade da psicologia analítica.
Muitos pontos são apenas
esboçados e outros nem são mencionados.
O autor recomenda o estudo das principais
obras sobre psicologia médica e psicopatologia, além de uma revisão cuidadosa
dos compêndios de psicologia existentes.
Palavras finais
Para finalizar, quero desculpar-me junto ao leitor, por ter ousado
dizer, em tão poucas páginas, tantas coisas novas e de compreensão difícil.
Estou pronto a receber sua crítica, porque considero que todo aquele que,
afastando-se do caminho comum, se dispuser a abrir trilhas próprias, tem o
dever de comunicar à sociedade tudo quanto encontrou em suas viagens de exploração:
se foi água fresca para o alívio dos sedentos, ou apenas os desertos de areia
do equívoco estéril.
O primeiro serve para ajudar, o segundo, para prevenir.
Mas não é a crítica particular de cada um dos contemporâneos, mas os tempos
vindouros, que vão decidir se é verdade, ou não, tudo isso que acaba de ser
descoberto. Existem coisas que ainda não são verdade, ou que hoje ainda não
podem ser aceitas como verdade, mas amanhã talvez possam sê-lo.
Quem for assim
conduzido pelo destino, terá que trilhar esses caminhos próprios, apenas
apoiado pela esperança e pelo olhar atento daquele que está consciente do seu
isolamento e dos abismos que o ameaçam.
O que singulariza o caminho aqui
descrito é em grande parte a certeza de não podermos continuar recorrendo unicamente
ao ponto de vista científico-intelectual, mas de que o nosso compromisso também
compreende todo o lado do sentimento, isto é, a totalidade das realidades
contidas na alma — já que lidamos com uma psicologia fundada na vida real e que
age sobre a vida real.
Nesta psicologia prática, não se trata da alma humana
universal, mas de homens e mulheres individualizados, cada qual com uma
variedade de problemas que os afligem diretamente.
Uma psicologia que satisfaz unicamente ao intelecto, jamais é praticável; pois o intelecto por si só nunca
será capaz de abranger a totalidade da alma.
Quer queiramos, quer não, mais
cedo ou mais tarde o fator cosmovisão terá que ser levado em conta, porque a
alma está em busca da expressão de sua totalidade.
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Se a alma está em busca da expressão da sua totalidade, estudar Jung; Erich Fromm; Michel Onfray; Zygmunt Bauman ou quem quer se apresente só poderá nos trazer uma contribuição decisiva na caminhada dessa totalidade a qual todos aspiramos.
Se alguém não a aspira eu lamento, mas tenho por obrigação dar conta da tarefa a mim assinalada pelo advento da Vida: duvidar de tudo, aprendendo cada vez mais uma coisa; ocupar o tempo partilhando conhecimentos, sempre e onde me seja permitido; olhar meus semelhantes como iguais e lutar pela crescente JUSTIÇA em todas as instâncias de nosso desorientado planeta.
O espiritismo tem contribuições, mas os espíritas se engalfinham no materialismo, pondo a perder valiosas oportunidades.
Mas tudo virá a seu tempo como sempre disse Allan Kardec através de sua Revista Espírita. Não tão cedo como previa o professor, mas os conceitos espíritas reorientarão o mundo; ou pelo menos boa parte dele, aqueles cuja aposta maior seja a espiritualidade. Postando os espíritos mais focados nos elemento da abstração que na diária materialidade.
Espírito sempre vencerá a matéria, pois esta é apenas meio de sua manifestação, desde as mais remotas eras.
Paulo Cesar Fernandes
08/12/2015
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