quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Reflexão 07 02 2013 Da origem do perigo

Mario Sérgio Cortella é um filósofo e teólogo por quem tenho grande respeito. Não apenas por seus inegáveis valores éticos e intelectuais; bem como pelo fato de ter trabalhado com o Professor Paulo Freire, e o substituido na Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo, quando da necessidade de afastamento do
Mestre.


Chamo Mestre pois assim se refere a ele Mário Sérgio, e sempre lhe reverencia a bondade e sua capacidade de ensinar sem ferir.


Mário Sérgio, se referindo ao tempo em que estamos e o comparando ao passado diz:


_ Antigamente, quando estavamos na rua tarde da noite, e ouviamos o barulho de alguém se aproximando, temíamos fosse uma "assombração"; e nos sentiamos aliviados ao perceber se tratar de um humano como nós.

Ocorre mais recentemente um fenômeno estranho.

Ao ouvir os passos de alguém entramos em alerta.

Temerosos de sermos assaltados.


Quando a pessoa passa e nada ocorre nos sentimos aliviados. As "assombrações" deixaram de ser uma das nossas preocupações.




Talvez minha memória não tenha registrado o texto em sua integralidade, mas a idéia é essa: os espiritos, nos tempos que correm, causam menos medo que os encarnados.


Isto me veio à mente pois na leitura do Livro dos Médiuns de Allan Kardec, quando trata das Comunicações Visuais, cita um fato interessante. Trago todo o contexto, para que o leitor deste se posicione:


Allan Kardec - Livro dos Médiuns
Capítulo VI - Das Manifestações visuais.


Temos Kardec questionando a Erasto.
E opinando através das Notas.


7ª Que inconveniente haveria em ser permanente e geral entre os homens a possibilidade de verem os Espíritos? Não seria esse um meio de tirar a dúvida aos mais incrédulos?


"Estando o homem constantemente cercado de Espíritos, o vê-los a todos os instantes o perturbaria, embaraçar-lhe-ia os atos e tirar-lhe-ia a iniciativa na maioria dos casos, ao passo que, julgando-se só, ele age mais livremente. Quanto aos incrédulos, de muitos meios dispõem para se convencerem, se desses meios quiserem
aproveitar-se e não estiverem cegos pelo orgulho. Sabes multo bem existirem pessoas que hão visto e que nem por isso crêem, pois dizem que são ilusões. Com esses não te preocupes; deles se encarrega Deus."



NOTA. Tantos inconvenientes haveria em vermos constantemente os Espíritos, como em vermos o ar que nos cerca e as miríades de animais microscópicos que sobre nós e em torno de nós polulam. Donde devemos concluir que o que Deus faz é bem feito e que Ele sabe melhor do que nós o que nos convém.



8ª Uma vez que há inconveniente em vermos os Espíritos, por que, em certos casos, é isso permitido?


"Para dar ao homem uma prova de que nem tudo morre com o corpo, que a alma conserva a sua Individualidade após a morte. A visão passageira basta para essa prova e para atestar a presença de amigos ao vosso lado e não oferece os Inconvenientes da visão constante."



9ª Nos mundos mais adiantados que o nosso, os Espíritos são vistos com mais freqüência do que entre nós?


"Quanto mais o homem se aproxima da natureza espiritual, tanto mais facilmente se põe em comunicação com os Espíritos. A grosseria do vosso envoltório é que dificulta e torna rara a percepção dos seres etéreos."



10ª Será racional assustarmo-nos com a aparição de um Espírito?


"Quem refletir deverá compreender que um Espírito, qualquer que seja, é menos perigoso do que um vivo. Demais, podendo os Espíritos, como podem, ir a toda parte, não se faz preciso que uma pessoa os veja para saber que alguns estão a seu lado. O Espírito que queira causar dano pode fazê-lo, e até com mais segurança,
sem se dar a ver. Ele não é perigoso pelo fato de ser Espírito, mas, sim, pela influência que pode exercer sobre o homem, desviando-o do bem e impelindo-o ao mal."




NOTA. As pessoas que, quando se acham na solidão ou na obscuridade, se enchem de medo raramente se apercebem da causa de seus pavores. Não seriam capazes de dizer de que é que têm medo. Muito mais deveriam temer o encontro com homens do que com Espíritos, porquanto um malfeitor é bem mais perigoso
quando vivo, do que depois de morto. Uma senhora do nosso conhecimento teve uma noite, em seu quarto, uma aparição tão bem caracterizada, que ela julgou estar em sua presença uma pessoa e a sua primeira sensação foi de terror. Certificada de que não havia pessoa alguma, disse:


"Parece que é apenas um Espírito; posso dormir tranqüila."

«««

Vejo grande similitude/semelhança entre o que nos coloca Mário Sérgio Cortella e o narrado por Allan Kardec.


Paulo Cesar Fernandes

07  02  2013

Nenhum comentário: