_ E por que razão? _ Por ter certeza de
sua finitude. É o único animal cuja finitude lhe agasta a existência desde
tempos imemoriais. Sabe da
morte e a teme. Digam o que digam. Seja qual seja sua forma de pensar, o homem
teme a morte.
Nem sempre a morte em si, mas ao
sofrimento que a antecede. Vemos o sofrimento dos nossos semelhantes,
amigos e parentes. Vemos a
sua morte e sofremos. Sofremos sua ausência. A dor cortante da ausência dos
nossos. Dos nossos avós. Dos
nossos tios e nossos pais.
E vemos a coisa se aproximar de nós.
Uma amiga se vai. Um amigo. Tão novo aos
nossos olhos.
Essa angústia arroja o homem na busca da
transcendência.
E a melhor forma de transcender, na minha
opinião, é a busca da espiritualidade, de tudo aquilo contraposto à materialidade: a arte; o
pensamento abstrato da matemática e das ciências; a filosofia; e até
mesmo alguma concepção
religiosa, seja ela qual seja, é capaz de fazer o homem
transcender.
E nesse processo de transcendência o homem
ganha outra forma de ver a vida, e de se postar diante das dificuldades.
É o momento de força, de coragem, de
instituição de outros parâmetros existenciais.
Parece um nada dizendo assim. Mas é muito.
Pois revalora a existência. Dá-lhe um outro sentido.
Todos os pensadores foram homens
transcendentes. Sua obra, sua criação, é a marca dessa transcendência e
da necessidade de
transcendência presente ao longo de sua vida.
Não nos prendamos à materialidade. Afinal
a vida é sempre curta.
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