quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Reflexão 05 09 2012 - Leituras


“Quem le, atenda.”

Jesus   (Mateus, 24:15

Ler é um prazer.

O tempo se esvai como fumaça. O relógio dispara em paralelo ao texto. Nos vemos comprometidos com os personagens, a tal ponto que estes são parte de nossas vidas. Vivem ao nosso redor, nos influenciam; a muitas pessoas, determinam suas atitudes, seus hábitos e seus costumes.

As novelas da TV fazem exatamente isso. Mandam. Influem.. Definem habitos de consumo e de costumes.

 

Mas o livro é diferente.

Tem uma mítica, um cheiro. É sensível ao tato, ao olfato, à visão. Eu diria mais, diria que existem livros palatáveis; livros elevados e livros insuportáveis, pois deletérios ao leitor. Elaboram conceitos negativos e de negatividade, capazes muitas vezes de trazer a infelicidade ao leitor.


Quando eu participava nas reuniões de terça-feira no Centro Espírita Allan Kardec, com a Myriam e o José Rodrigues, mais de uma vez narrei o fato ocorrido comigo num ônibus de São Paulo.

 

Condução apinhada de gente. Mala na mão, o cuidado a cada freada do coletivo para não cair, nem machucar ninguém. Nos 40 minutos de percurso, nossa atenção se desloca por todas as partes.  E bem abaixo de mim, uma moça lia uma revista. Quando me detive na observação da revista eram crimes, com fotos das mais horríveis. Desviei o olhar no ato, era muito baixo astral.

 

E uma questão se instalou em mim:

_ Com que energias esta mulher chega em casa para elaborar o jantar? E conversar com os filhos e o marido? Que assuntos?

_ Como será o clima da casa dessa mulher?  - Já pondo em dúvida se seria um Lar. Que escolha mais infeliz tal revista!


Mas a vida é exatamente isso: uma somatória de escolhas. Um labirinto de portas como diz a música Sitting de Cat Stevens. E são as nossas escolhas que nos abrirão ou não as portas. Nos darão passagem para um momento de maior completude e felicidade; ou nos fecharão num emaranhado de pensamentos e sentimentos desordenados e fora do eixo.

 

Quem le, atenda. Disse Jesus.

 

Significando a escolha de uma leitura algo muito além dum simples livro, escolhemos companhias. Os personagens são companhias. Os pensamentos e idéias trazidas pela leitura, formarão um todo mental capaz de nos ampliar horizontes. Norteando nosso destino.


Evidente me refiro a um bom livro. E bom livro é todo aquele capaz de nos retirar a mente dos aspectos materiais da existência, focando-os em elementos abstratos, focando na espiritualidade (que nada tem a ver com religiões ou correntes espiritualistas).

 

Em espiritualidade eu coloco todos os valores imateriais de nossa existência:   arte; filosofia; busca epistemológica (conhecimento); religiosidade; música; etc.


Tendendo ao infinito as áreas do conhecimento, tende por sua vez ao infinito a gama de possibilidades de nossa espiritualidade.



Aprender a desenhar se enquadra? Sim, claro. Desenvolve um potencial no espirito que a este mister se dedica.


E Astronomia? Sim. E Geologia? Sim. E Semiótica? Sim.


Pode abrir todo o leque de possibilidades das áreas de conhecimento conhecidas pelo homem; e ainda, imaginar as áreas a serem definidas no futuro. Novas áreas nascem a cada período. Todas comporão o que chamo de espiritualidade.

 

Espiritualidade. Liberdade. Criatividade. São eixos equilibrantes do espirito.

 
 

Elementos que o fazem se sentir mais inteiro, mais completo porque mais produtivo.


Essa é a produtividade precionizada por Erich Fromm. Completamente diferente da produtividade propalada pelos consultores de empresas, cujo único objetivo é acirrar nas pessoas o aspecto da competição, tornando-as menos pessoas e mais máquinas. Mais das vezes menos éticas.

 

O que Fromm preconiza nasce de espiritos em equilíbrio. Em harmonia consigo mesmo, e com o mundo ao seu redor. E somos todos capazes de atender a esse chamado. Pela leitura, ou por outra atividade nobre ocupando nosso tempo.


Paulo Cesar Fernandes

05/09/2012

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