Vivemos. Mal ou bem vivemos. Vamos tocando a vida de roldão. Qual automatos vamos "deixando a vida nos levar" como diz o poeta Zeca Pagodinho.
Não. Parar para pensar não faz parte de nosso dia a dia. É algo que as aflições do corre-corre não permitem.
Quem admira o fim de tarde, quando o sol se deixa cair por trás da cidade no belo fenomeno do anoitecer?
Quem se coloca na descida do Morro da Nova Cintra no anoitecer só para ver a cidade acender as luzes?
Quem caminha pela Avenida Ibirapuera e para no Largo de Moema, senta num banco vazio, só para ver o dia se transformar em noite? (Se a violência o permitir ainda)
Quem se banha ocupando-se de cada pedaço do corpo, esse instrumento de manifestação cuja perfeição deveria extasiar aos próprios médicos, poucos hoje, que o estudam com seriedade?
Um amigo, de nome Emmanuel ten um texto que trata do nosso corpo, eu não teria palavras melhores para nossos orgãos reverenciar. Vejamos o que ele diz:
Abençoa teu coração. É o pêndulo infatigável, marcando-te as dores e as alegrias.
Abençoa teu cérebro. É o gabinete sensível do pensamento.
Abençoa teus olhos. São companheiros devotados na execução dos compromissos que a existência te confiou.
Abençoa teus ouvidos. São guardas vigilantes que te enriquecem o entendimento.
Abençoa a tua língua. É o buril que te auxilia a plasmar toda frase edificante que te escapa da boca.
Abençoa teu estômago. É o servo que te alimenta.
Abençoa tuas mãos. São antenas no serviço que consegues re-alizar.
Abençoa teus pés. São apoios preciosos em que te sustentas.
Abençoa tuas faculdades genésicas. São forças da vida pelas quais recebeste no mundo o aconchego do lar e o carinho de mãe.
São palavras. Palavras de incentivo à vida. Mas uma vida valorizadora de nosso corpo em cada um de seus orgãos, em cada um de seus recantos. Tal qual devemos fazer a cada dia, seja na hora do banho; no momento de nossa caminhada; por vezes na própria condução, no retorno ao Lar; pois qualquer momento é certo para agradecer à vida o quanto ela nos oferece de bom. Para não mais passar ao largo das benesses ao nosso redor.
Paulo Cesar Fernandes
05/07/2012
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