quinta-feira, 15 de julho de 2010

Deus é crença

Deus é crença. O resto, presença.


No ônibus gente, Rio Reiser e pensamentos múltiplos. E escrevo intencionalmente sem qualquer academicismo. Afinal o que é um texto para um blog. Apenas um texto para um blog. Sem implicações maiores, simplicidade pura.


E claro, a eterna busca da verdadeira liberdade.


Ao chegar o coletivo na praia pensava ser Deus apenas e tão somente uma questão de crença.


Podemos crer ou descrer, o verbo assim o admite. O substantivo convicção tem outro escopo, se pauta em fatos mais das vezes; ou convencimento produzido por irrefutável lógica; esta lógica a meu juízo tem valor de fato. Ela é, simplesmente.


Neste assunto gosto muito da abordagem de Luc Ferry em seu livro Aprender a Viver. Na mais das vezes, ao se referir a Deus estabelece a ressalva “se é que ele existe” colocando em pauta a dúvida filosófica.


Difere de Bertrand Russel no seu Por que não creio na existência de Deus. Sendo o livro uma série de arrazoados com odor de ateísmo ideológico, ou pior ainda, um ateísmo visando mercado editorial.


Sabemos que um ou outro filósofo pode ser aético, mas é exceção, me apresso em afirmar.


Deus existe?


São 50% de possibilidades. E por que digo isto?


Faz mais de 20 anos descartei as verdades absolutas, as ortodoxias que em nada acrescentam ao nosso fluxo existencial. A vida é mais ampla e elástica. Os diversos temas com os quais nos defrontamos, admitem duas ou mais possibilidades de abordagem, e perde em profundidade de reflexão, aquele que só consegue uma única mirada diante de um objeto temático.


Relembrando os tempos de ginásio, no Colégio Canadá, em Santos. Um tema em estudo, é como a jarra colocada sobre uma cadeira, pela Professora Arina nas aulas de desenho. Cada aluno tinha uma e uma única mirada sobre ele. A sala se enchia de diferentes abordagens.


E Deus, Deus é uma grande possibilidade. Cada qual é livre o suficiente, para autonomamente pensar o tema e construir sua visão. Em que pese toda a literatura a respeito, incluindo nela a literatura espírita.


Se olharmos a história da filosofia, constataremos a crença da maioria dos pensadores na existência de Deus. Mesmo Descartes e Kant, de inquestionável racionalidade se colocaram entre os defensores da idéia de Deus.


Na França atual, homens como Luc Ferry e Michel Onfray vêm defendendo o Humanismo Laico, ou Humanismo sem Deus. Não apenas no livro acima citado, bem como em conferência em uma escola na cidade de Liége, Luc Ferry expôs seu posicionamento sobre esse aspecto, defendendo uma lei de sua autoria em trâmite no Congresso daquele país. É bom lembrar que naquela ocasião Ferry era Ministro da Juventude da França.


São esses espíritos inteligentes, capazes de deixar suas marcas na história da humanidade, os responsáveis pelo fortalecimento da minha dúvida quanto a isso.


O ônibus está chegando na UNESP e, mesmo nas férias da criançada, sempre tem alguma coisinha para fazer por lá.


Até mais ver!

2 comentários:

Unknown disse...

Meu xará.....
Você é um cara especial.
Texto muito claro, atual e feliz!
abração de seu fã.
Paulo Muniz

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.