Crônicas dos
tempos do Quanta
Voar
Quando um
homem comum morre, perde a família consangüínea.
Ao morrer
um idealista, ou seu ideal; perde muito de força o crescimento da família
humana.
O ideal é o
lubrificante que viabiliza a engrenagem do novo, do criativo, da verdadeira
máquina de progresso que impulsiona a humanidade.
Olhemos
fundo no passado da humanidade. Nomes não faltarão nas mais diversas áreas.
Nesses
nomes se basearam os saltos qualitativos na caminhada do conhecimento.
O saber
acadêmico é estático.
O do
idealista é dinâmico; segue a própria dinâmica do inconformismo com o velho,
com a mesmice, com a falta de visão histórica espraiada na sociedade de todos
os tempos.
Só ele, só
o idealista sai do quotidiano perscrutando a vida, com seu binóculo de ver o
futuro. Como a gaivota de Richard Bach, deixa os outros e segue solitário seu
rumo.
Incompreendido,
criticado, isolado até por seus pares, tem na luz do seu norte a segurança da
jornada.
Caminha.
Empreende.
Realiza.
Do centro
de sua solidão; pouco a pouco compreende seus pares, vê seus pés, atados ao
chão do imediatismo, sem poder ajudá-los a voar.
Pássaro
nenhum voou sem tentar; partindo sempre de uma própria dinâmica interior.
Tal qual a
ave mãe, se alegra o coração do idealista. Pois sabe, de experiência própria:
uma vez alçados grandes vôos; pouca chance terá o aprendiz, de desprezar o
prazer de ver o mundo, sempre a partir de perspectivas mais altas.
Paulo
Cesar Fernandes.
14/06/1998
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