Aos leitores da Revista Espírita
Revista Espírita, fevereiro de 1858
Vários dos nossos leitores quiseram responder ao apelo, que fizemos em nosso 1o. número, com respeito às notícias a nos fornecerem. Um grande número de fatos nos foram assinalados, entre os quais os há muito importantes, do que somos infinitamente reconhecidos; não o somos menos quanto às reflexões que os acompanham, algumas vezes, mesmo quando revelam um conhecimento incompleto da matéria: darão lugar a esclarecimentos sobre os pontos que não terão sido bem compreendidos. Se não fazemos uma menção imediata dos documentos que nos foram fornecidos, não passam desapercebidos por isso; deles sempre tomamos boa nota, para serem aproveitados cedo ou tarde.
A falta de espaço não é a única causa que possa retardar a publicação, mas, também, a oportunidade das circunstâncias e a necessidade de ligá-los aos artigos dos quais podem ser úteis complementos. A multiplicidade das nossas ocupações, unida à extensão da nossa correspondência, freqüentemente, nos coloca na impossibilidade material de responder como o desejaríamos, e como o deveríamos, às pessoas que nos honram em escrever-nos. Nós lhes pedimos, insistentemente, não tomarem em mau sentido um silêncio independente da nossa vontade.
Esperamos que a sua boa vontade com isso não se esfrie, e que queiram muito não interromper suas interessantes comunicações; para esse efeito, pedimos de novo sua atenção sobre a nota que demos no fim da introdução do nosso primeiro número, a respeito das notícias que solicitamos da sua bondade, rogando, de outra parte, não deixarem de nos dizer quando poderemos, sem inconvenientes, mencionar os lugares e as pessoas.
As observações acima se aplicam, igualmente, às perguntas que nos são dirigidas sobre diversos pontos da Doutrina. Quando elas necessitam de um desenvolvimento de certa extensão, nos é tanto menos possível dá-las por escrito, quanto, bem freqüentemente, a mesma coisa devesse ser repetida a um grande número de pessoas. Estando a nossa revista destinada a nos servir de meio de correspondência, essas respostas, nela encontrarão naturalmente seu lugar, à medida que os assuntos tratados nos fornecerem ocasião, e isso com tanto mais vantagem quanto as explicações poderão ser mais completas e aproveitarão a todos.
ALLAN KARDEC.
===Ressaltar inicialmente a linguagem. Nobre, porém simples.
Temos aqui que a escassez de espaço numa publicação é de longa data um impeditivo ou um limitante. Donde não me parecer justo nos aborrecermos caso um artigo nosso não seja veiculado por motivo de espaço. É justo que assim se proceda.
Por vezes, um texto mal escrito pode chegar às mãos do responsável do periódico. Como dói! Vem de pessoas bem intencionadas, amigas, mas cuja escrita é confusa na expressão das ideias.
Imagino eu, o próprio Kardec pode ter passado por dificuldades quanto a isso. Mas bem o resolveu na publicação da Revista Espírita.
Paulo Cesar Fernandes
24 07 2013
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