Numa época o pensamento era único. Quem não pensava como eu, nós, nosso grupo, era inimigo.
Tempo, ventos, livros, pessoas passam por nossas vidas, não mais somos iguais. Renascemos diferentes a cada etapa, a cada período, a cada ano.
Dinâmica é a Vida, e nos empurra hacia outros horizontes, para traz ficando o velho, o inútil em cada nova etapa.
Perdemos sempre, ganhamos sempre.
É um jogo sem certezas para alegria geral, pois é a expressão mais pura dos tempos atuais. Tudo é efêmero e fugaz. Estar dentro disto é estar dentro no real mundo em que vivemos.
Renovações marcam nossas tardes e levam as verdades, compondo sinfonias substitutivas, harmonia de outra vida.
Pautas diversas sonan la vida. Não mais inimigos, adversários, junto a mim apenas gente, tão somente gente. Seu pensar
não importa apenas gente, corpo e alma. Gente, nomás!
Ávida e aberta fica la vida.
Tudo é lícito, mas pouco me convoca os sentidos. Nem tudo me serve à jornada.
Tomo o norte de meus sonhos, e faço meu o roteiro desta vida.
Pouco a pouco tudo se olvida. E passa algo novo em nossa jornada.
De pronto nos chega a alegria. Bem viver e emoção demarcando macio caminhar.
Caminho quase solitário. Sem dor. Sem rancor.
Mas com lágrimas nascentes, fruto da emoção mais cristalina: a música me traz.
Música e sensibilidade humana, o ato de acolhimento ao semelhante. Nada mais forte que a solidariedade.
Um coração aberto. Como é belo isto entre os músicos. Um palco compartilhado é como compartir a vida. Para ser bondoso e justo precisa sair de si, apagar o Ego e mantendo a individualidade aprender a compartilhar.
Poucos silêncios são tão belos como o silêncio do Ego. Lições dos músicos, a aprender nas novas etapas.
Paulo Cesar Fernandes
17 03 2013
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