quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

20171206 Novas formas do viver

Novas formas do viver



Hoje a velocidade é a presença constante na vida de cada um de nós.


Não mais conseguimos viver no ritmo dos monastérios. Meu caro Gregor Mendell não poderia desenvolver suas Leis com a serenidade com a qual contou.


Já não há diferenciação numa década. No correr do tempo os intervalos vão se tornando cada vez menores, e nós, espíritos do presente, precisamos dar conta dessas mudanças radicais em tão pouco tempo.


No tempo da Internet Discada eu achava fabuloso estar conversando com uma mulher da Cidade do Cairo, segundo ela "a cidade que nunca dorme".


Hoje nos estaríamos vendo através dos celulares.


Para um tempo de tão ágil mudança não mais podemos contar com concepções existenciais de séculos passados. O espírito precisa de uma nova compreensão de si e da descoberta de seu papel neste novo momento histórico.


Nada mais é igual à Década de 50. 

Aquela família centrada no Pai, com a mãe atuando apenas como um apêndice, ruiu. Não mais tem lugar. 


Inclusive, novas configurações familiares nascem aos nossos olhos. E pouco a pouco vamos integrando todas as novidades ao nosso caldo cultural.


Mas temos necessidade de algo?

Algum ponto de apoio para nossa jornada?

Talvez.
Alguns sim e outros não.


A amplitude de nosso tempo, em suas abertas possibilidades; nos projetam em uma nova realidade, uma realidade onde nossas escolhas serão o roteiro maior. Livres escolhas!


Passamos milênios comandados por forças exteriores a nós.

BASTA!

É chegado o momento de tomarmos as rédeas do nosso destino e permitir-mo-nos a Liberdade.


Romper com as amarras. 

Zarpar do porto da Zona de Conforto, nos lançando com coragem ao Mar das Incertezas de nosso tempo.

Nosso navio tem apenas dois instrumentos de bordo a nos auxiliar nessa navegação: a Ética e a Justiça.

Ambos são fonte de desdobramentos capazes de forjar um Novo Mundo, sonhado na verdade por muito poucos neste nosso tempo de materialidade. 


Um desses desdobramentos é o nascimento da espiritualidade. Desvinculada de todas as concepções religiosas, a espiritualidade nos dará forças, ampliará a capacidade de compreensão em todos os momentos de nossa passagem pela Terra; e sempre será a diretriz mais profunda da nossa caminhada.


Na esteira da espiritualidade, não mais teremos medo do viver. Estaremos fortalecidos por diversas outras forças, diversos outros pensamentos como os nossos, formando um conjunto transformador e revolucionário.


O passado nos serve apenas como lembrança.

O presente é esse caldeirão de mudanças constantes e de mil incertezas. O futuro nós o presentaremos; o traremos para o presente e dessa forma o dominaremos.


Seguramente. Quando o espírito toma consciência de si, e toma consciência de sua relação com os demais, cresce o seu senso de 
responsabilidade, cresce a sua solidariedade com seus semelhantes.


A vida não será mais '"uma ilusão inútil" como Sartre propôs.


Mas será uma soma de pensamentos e atos incapazes de prejudicar a quem quer que seja, pois o leme da Justiça não o permitirá. 


E a espiritualidade nos ajudará a olhar horizontalmente nossos 
companheiros de jornada. Nenhum será melhor que nós, e nenhum será pior que nós.  Aprenderemos verdadeiramente o senso da Horizontalidade. 


Uma outra forma de dizer a Igualdade preconizada pelos homens atores e pensadores da Revolução Francesa.


É um outro tempo, o nosso.
E um novo tempo pede espíritos renovados.
Quem não se esforçar no sentido da mudança será destruído pelo próprio processo de evolução nascente.


Não há como fugir.
O Carro da História passará sobre os corpos dos retardatários.


Paulo Cesar Fernandes.

06/12/2017.

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